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31 de outubro de 2012

Bancos mantêm concessão de crédito apertada, procura em queda

 

Maioria dos bancos continua a praticar spreads elevados nos particulares e a exigir garantias adicionais às empresas

Os bancos portugueses mantiveram praticamente inalterados os critérios de concessão de crédito ao longo do terceiro trimestre deste ano. A restritividade não dá sinais de abrandar, por todas as razões e mais algumas, mas a tendência mais visível é na procura de crédito por parte dos particulares, que está em queda, e assim deve continuar.

De acordo com os resultados do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, realizado pelo Banco de Portugal aos cinco grupos bancários portugueses incluídos na amostra, apesar de terem mantido os critérios aplicados na aprovação de empréstimos globalmente inalterados, os bancos inquiridos identificaram alguns fatores que terão exercido alguma influência negativa sobre esses critérios.

Em particular, os bancos apontaram «a deterioração das expectativas quanto à atividade económica em geral e, em menor grau, o aumento dos custos de financiamento e restrições de balanço» como razões para manterem a restritividade na concessão de financiamento.

Adicionalmente, observou-se um ligeiro agravamento das condições aplicadas pelos bancos na aprovação de empréstimos, «consubstanciado num aumento dos spreads aplicados (em particular nos empréstimos de maior risco), mas também na aplicação de outras condições contratuais ligeiramente mais restritivas. Entre estas refira-se, no caso das empresas, a redução da maturidade dos empréstimos, condições contratuais não pecuniárias (covenants) mais restritivas e o reforço das garantias exigidas».

O Banco de Portugal identifica ainda, com base nas respostas dos cinco grupos bancários, uma «diminuição da procura de empréstimos ao longo do terceiro trimestre que, no caso dos particulares, afeta sobretudo o segmento da habitação».

Para justificar a menor procura de empréstimos, o banco central aponta «a diminuição da confiança dos consumidores, a deterioração das perspetivas para o mercado da habitação, a evolução das despesas de consumo não relacionadas com a aquisição de habitação e a retração nas despesas de consumo de bens duradouros».

No caso da procura de empréstimos ou linhas de crédito por parte das empresas, a procura manteve-se praticamente estável. Por um lado, a diminuição das necessidades de financiamento para efeitos de investimento contribuiu para travar a procura de crédito mas, em sentido contrário, a procura das empresas terá sido sustentada por um aumento das necessidades de financiamento de existências e de fundo de maneio, bem como de financiamento para a reestruturação da dívida.

Para o quarto trimestre de 2012, a generalidade dos bancos inquiridos não espera alterações significativas na aplicação de critérios para aprovação de empréstimos ou linhas de crédito a empresas e para aprovação de empréstimos a particulares. Para
o mesmo período, os bancos anteveem que a procura de empréstimos por parte das empresas, em termos globais, permanecerá estável.

No caso dos particulares, a maioria dos bancos espera uma redução da procura de empréstimos para habitação, assim como uma diminuição menos acentuada da procura de empréstimos para consumo e outros fins.




Fonte:www.agenciafinanceira.iol.pt





30 de outubro de 2012

Entrega de casas aos bancos cai para metade


Foram entregues 1.100 imóveis para pagamento da dívida. Já na comparação com o segundo trimestre, número aumentou

A entrega de casas aos bancos caiu para quase metade no terceiro trimestre, em relação ao início do ano. No entanto, quando comparado com o segundo trimestre, verificou-se um aumento.

Contas feitas, foram entregues cerca de 1.100 imóveis para pagamento da dívida à banca no trimestre analisado, entre julho e setembro.

Segundo os dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), a que a agência Lusa teve acesso esta segunda-feira, entre janeiro e setembro foram entregues 4.400 imóveis em dação em pagamento, tanto por famílias como por promotores imobiliários. Um quarto deste número foi então registado entre julho e setembro.

«A minha previsão para este ano é que sejam entregues entre 6.500 a 7.000 imóveis», ou seja, mais cerca de 2.000 do que os 4.400 registados até setembro, antecipa o presidente da APEMIP, Luís Lima, adiantando que «vai ser mais ou menos a mesma média do ano passado».

Uma estabilização dos valores que o responsável atribui sobretudo às medidas de facilitação de pagamento das dívidas, entretanto, adotadas pelos bancos.

Segundo Luís Lima, os números revelados no primeiro trimestre - que mostravam um aumento de 74% das dações de imóveis em pagamento das dívidas face ao mesmo período do ano anterior - serviu de alerta para o setor financeiro.

«Foi um aumento brutal» e a sua continuação «poderia levar a um número de casas [entregues aos bancos] completamente insustentável».

A análise da APEMIP mostra que no terceiro trimestre o fenómeno registou um aumento de 9,9% em relação aos três meses anteriores, mas os valores estão muito mais baixos do que no primeiro trimestre, quando foram entregues 2.300 casas.

Este aumento, diz a associação no mesmo documento, é o «corolário da continuidade de um ano extremamente difícil, com níveis de confiança no mercado combalidos e expectáveis perante o futuro desenvolvimento do setor imobiliário e do mercado, quer no âmbito nacional, quer global».

Entrega de casas por regiões

Entre janeiro e setembro, os distritos onde foram entregues mais imóveis em dação em pagamento foram os do Porto, de Lisboa e de Faro, representando em conjunto 40,5% do total.

Entre os 10 distritos onde o fenómeno é mais relevante encontram-se ainda os de Setúbal, de Santarém e de Coimbra, que representam 23,8% do total, e, por último, os de Aveiro, de Braga e os arquipélagos da Madeira e dos Açores, que somam 21,9% dos imóveis entregues até setembro.

A APEMIP adianta ainda que as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto concentraram quase um terço (31,7%) do número de casas entregues entre janeiro e setembro, sendo que só no terceiro trimestre o valor foi de 22,7%.

Em termos de municípios, os mais penalizados são o Entroncamento, que regista uma média de 2,8%, graças a uma subida do número de casas entregues em setembro para 8,6%.

Entre as três autarquias onde houve mais entregas de imóveis em dação em pagamento contam-se ainda as de Vila Nova de Gaia, com 2,7%, e da Figueira da Foz, com 2,1%.

«A divulgação dos dados das dações do primeiro trimestre deste ano pela APEMIP, bem como a mediatização da sentença do tribunal de Portalegre [que determinou que a entrega da casa liquida na totalidade o empréstimo concedido], fizeram com que o setor financeiro passasse a olhar este fenómeno com outros olhos», afirma o presidente da associação na nota hoje divulgada.

Segundo Luís Lima, este conjunto de situações criou um «ambiente mais propício à renegociação dos créditos, para que a prática da entrega de imóveis não passasse a regra em vez de exceção». 


Fonte: www.agenciafinanceira.iol.pt
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