Alguns
não têm efeito, outros contêm substâncias diuréticas ou laxantes,
incompatíveis com um emagrecimento real. Para reduzir os quilos a mais,
não há milagres: dieta equilibrada com 1200 a 1500 quilocalorias
diárias e exercício físico.
À venda em supermercados, lojas de
dietética e parafarmácias, combinam plantas, frutos ou legumes, são
enriquecidos com vitaminas ou sais minerais e reclamam superpoderes
contra os quilos em excesso. Para convencerem, recorrem a um discurso
pretensamente científico, mas, com frequência, repleto de erros.
Analisámos
a composição anunciada e as alegações de 20 destes produtos com base na
rotulagem. A maioria utiliza substâncias com efeitos nem sempre
comprovados. Outros contêm substâncias que, em elevadas concentrações,
podem ser perigosas. É o caso dos estimulantes, que elevam o ritmo
cardíaco. Além disso, o preço é elevado: encontrámos produtos a custar
entre 6 e 40 euros por embalagem.
Analisámos 20 produtos para
emagrecer. Fizemos a seleção a partir dos produtos disponíveis nos super
e hipermercados, parafarmácias e lojas de dietética, nas secções
"saudável" e "emagrecimento".
Para perder peso e manter a saúde, a dieta deve ser variada, eliminar
os alimentos hipercalóricos, contemplar 1200 a 1500 quilocalorias
diárias e incluir exercício. Mas, antes de avançar, analise o seu caso.
Não existe um peso ideal e, sim, valores de referência. Calcule o índice
de massa corporal (IMC), que relaciona peso e altura. Basta dividir o
primeiro, em quilos, pelo quadrado da segunda, em centímetros. Se não
quiser fazer contas, use o nosso simulador.
Perda de água em vez de gordura
- Alguns
produtos analisados propõem o emagrecimento com o recurso a diuréticos e
laxantes, que fazem perder água e fezes em vez de gordura. Outros
contêm cafeína, substância estimulante, presente, por exemplo, no chá
verde e no guaraná. Mas seriam necessárias quantidades elevadas para
permitirem a perda de peso. E, em tais quantidades, existe o risco de
alterações ao nível do batimento cardíaco.
- Outra estratégia de
sedução é o uso de uma linguagem com aparência científica. Vejamos um
exemplo. “Variam as diferenças morfológicas (metabólicas) individuais:
obstipação, retenção de líquidos, excesso de apetite (...)”. Uma coisa é
a morfologia de um indivíduo (alto, baixo, etc.), outra as suas
características metabólicas, ou seja, a forma como transforma e elimina,
por exemplo, as gorduras e os hidratos de carbono.
- A este
suposto rigor científico, junta-se o recurso a substâncias ditas
naturais, mas sem provas dadas na perda de peso. A lista é vasta e varre
desde o incontornável aloe vera até frutos exóticos
brasileiros, como o açaí, passando pelo ginseng, típico da medicina
oriental. Mas a eficácia real destas substâncias, nas doses propostas,
está por demonstrar. Além disso, os produtos ditos naturais não estão
isentos de riscos. Por exemplo, se tomadas em conjunto com certos
medicamentos, algumas plantas podem causar interações com consequências
para a saúde.
Sinais de alerta
- Desconfie
dos produtos ou dietas que prometam uma perda de peso fácil e sem
esforço. Tenha o mesmo cuidado face a alegações de conhecimento
científico, cura milagrosa, ingrediente com segredo e remédio
tradicional.
- Termos como “sensação de saciedade” ou “termogénese” também devem fazer soar as campainhas.
- Produtos
que afirmem ser seguros, sobretudo por conterem substâncias ditas
naturais, ou incluam histórias não documentadas, com testemunhos de
consumidores ou médicos, reclamando resultados fantásticos, são ainda de
rejeitar.
Fonte: Deco-Proteste