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8 de fevereiro de 2012

Saiba se compensa aderir ao Plano EDP Continente

Quem subscrever o Plano EDP Continente vai beneficiar de um desconto de 10% em cartão Continente, mas existem alguns inconvenientes.
Numa altura de crise como a actual, todos os tostões contam. Por essa razão não é de estranhar que uma campanha publicitária que está a ser levada a cabo pela EDP em parceria com a cadeia de hipermercados Continente esteja a captar a atenção de muitos portugueses. Em causa está a possibilidade dos clientes da EDP obterem um desconto de 10% sobre a factura de electricidade a creditar no cartão Continente. Aquela que, à partida, parece ser uma boa oportunidade para poupar todos os meses alguns euros, contudo, não oferece apenas vantagens.
Como é possível verificar através da consulta do site www.edp.continente.pt, os 10% de desconto oferecidos no Plano EDP Continente são calculados com base no "somatório do valor do consumo de energia e do valor da potência contratada facturados, apurados antes de impostos, contribuição audiovisual e taxa DGEG", e convertidos em cupões Continente. Esses cupões são depois enviados mensalmente ou bimestralmente, de acordo com a opção de facturação escolhida pelo consumidor, e podem ser utilizados até ao final do mês seguinte à sua emissão.
A popularidade desta campanha já terá levado mesmo à adesão de 80 mil portugueses a este produto. Contudo, antes de avançar com essa decisão é conveniente analisar bem as condições de adesão. Isto porque, tal como alertou a Deco, existem algumas implicações da subscrição desta campanha. Para além de o pagamento ser feito obrigatoriamente através de débito bancário directo e não ser possível escolher a opção de pagamento "conta certa", o consumidor deixa de poder utilizar a tarifa bi-horária ou tri-horária. Como explica a própria EDP, a adesão ao Plano EDP Continente é apenas vantajosa para os clientes com tarifa bi-horária cujo consumo em vazio seja inferior a 44%. Para além disso, o cliente terá de fazer um novo contrato, deixando de ser cliente da EDP Serviço Universal para passar para a EDP Comercial (empresa do grupo EDP que actua no mercado livre). Ou seja, após fim da campanha (31 de Dezembro de 2012), o consumidor deixa de beneficiar do mercado regulado, em que as tarifas de electricidade são fixadas pela ERSE, para passar a entrar no mercado liberalizado de electricidade, onde as tarifas são fixadas pela empresa.
Em termos concretos, quem aderir ao mercado liberalizado com base no Plano EDP Continente terá, contudo, de pagar a tarifa correspondente à do mercado regularizado que é superior à do mercado liberalizado (ver exemplo). Um valor mais elevado que não é compensado pelo menor preço da potência contratada. Se não considerarmos o desconto em cartão Continente, com base no nosso exemplo referente a Fevereiro, o Plano EDP Continente acaba por sair mais dispendioso do que a passagem directamente para o pacote EDP Casa, em vigor no mercado liberalizado. Ou seja, custa mais 1,03 euros por mês. Um valor que é "recuperado" através do desconto de 10% em cartão Continente (5,14 euros).
Quem esteja interessado em aderir ao Plano EDP Continente pode fazê-lo até 4 de Março, sendo a campanha de descontos válida até 31 de Dezembro de 2012.

Os prós e os contras
- Desconto de 10% sobre o valor da electricidade antes de impostos em cartão Continente.
- Válido apenas até final de 2012.
- Não está disponível para quem tem tarifa bi-horária ou tri-horária e deseje manter o tarifário.
- O débito directo é a única modalidade de pagamento possível.
- Passagem do mercado regulado, em que as tarifas de electricidade são fixadas pela ERSE, para o mercado liberalizado, onde as tarifas são fixadas pela empresa.

in economico.sapo.pt

Saiba se compensa investir nos depósitos em moeda estrangeira

Estas aplicações renderam até 700 euros nos últimos dois meses. Mas é importante não esquecer que existem riscos, como o de acabar com menos dinheiro do que começou.
Os portugueses têm vindo a aumentar a exposição a depósitos em moeda estrangeira, não tanto numa perspectiva de investimento mas de protecção quanto a um possível colapso do euro. A tendência intensificou-se nos últimos dois meses e, até ao momento, o saldo é positivo. Se tivesse realizado um depósito de 10.000 euros, a 30 de Novembro, em dólares australianos, estaria a ganhar hoje 694 euros líquidos. A conversão cambial é responsável por quase 95% deste ganho, já que as taxas dos depósitos a prazo em moeda estrangeira tendem a ser extremamente baixas, chegando mesmo aos 0,01%, brutos. Mas se nos últimos dois meses a variação cambial jogou a favor do cliente, é importante não esquecer que a taxa de câmbio é igualmente o maior factor de risco deste tipo de aplicações. Em última análise, pode ditar a perda de capital.
A lógica é simples: se o euro desvalorizar em relação à moeda na qual constituiu o depósito, ganha capital; se o euro subir, perde capital. Ou seja, uma subida do euro significa que, com o mesmo montante de dólares, por exemplo, comprará agora menos euros. Maria Luís Albuquerque, Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças, alertou há cerca de uma semana para os riscos associados aos depósitos em moeda estrangeira e, dada a elevada volatilidade do mercado cambial, este é decididamente um dos perigos que não deve descurar. Segundo as estimativas cambiais dos especialistas consultados pela Bloomberg para o final do ano, caso constituísse um depósito hoje de 10.000 euros em francos suíços ou dólares australianos, chegaria a Dezembro com menos 300 a 400 euros na conta. Em qualquer uma das restantes divisas não perderia capital mas os ganhos ficam bastante aquém do que poderia ganhar no melhor depósito a prazo em euros.
Resta portanto saber se o factor "protecção" compensa a possível perda de capital. De acordo com a Associação de Defesa do Consumidor (Deco), "um depósito noutra divisa junto de um banco nacional não o protegeria do colapso do euro". E explica: "Num cenário de catástrofe, não se sabe exactamente que medidas seriam implementadas pelas autoridades financeiras nacionais e estrangeiras. Desconhece-se, por exemplo, qual o modelo cambial a adoptar ou a relação da nova moeda portuguesa com as divisas estrangeiras". A Deco conclui assim que: "Logo não é possível garantir que o património ficaria protegido apenas por estar denominado noutra moeda". Embora a associação considere que "não é necessário procurar uma solução que o proteja", já que descredibiliza um cenário de desagregação completa da união monetária, adianta: "Se mesmo assim, quiser proteger o seu dinheiro numa conta em moeda estrangeira, o melhor é dirigir-se a um banco noutro país, como a Suíça, por exemplo".
Ou seja, aplicar o seu dinheiro num depósito a prazo em moeda estrangeira pode não ser um mau negócio, mas deve ser feito numa perspectiva de investimento e não de protecção. Deve procurar saber quais as divisas com melhores perspectivas de evolução face ao euro e perceber se a valorização esperada é superior ao que ganharia com as elevadas taxas de juro actualmente praticas nos depósitos em euros. Importa ainda não esquecer que, ao contrário de um depósito "normal", o capital não está garantido, já que poderá incorrer em perdas na altura da conversão final.

Ganhos a dois meses

- Caso tivesse aplicado 10.000 euros num depósito em dólares australianos, a 30 de Novembro, estaria a ganhar hoje 694 euros líquidos (considerando a taxa de juro média líquida para estes depósitos praticada pelos quatro bancos cotados. A CGD não disponibiliza no seu preçário as taxas de juro praticadas nestas aplicações);
- Já se o depósito tivesse sido constituído em dólares ou em libras esterlinas, estaria a ganhar 252 e 335 euros, respectivamente;
- Em coroas norueguesas ou coroas suecas, os ganhos seriam de 167 e 293 euros, respectivamente;
- O Banco Central da Suíça fixou a taxa de câmbio em 1,20 francos por euro no início de Setembro. Ainda assim, se tivesse constituído um depósito de 10.000 euros em francos suíços no final de Novembro, estaria a ganhar hoje 189 euros. O valor compara com o que ganharia no melhor depósito em euros no mesmo período: 75 euros, líquidos.

Os melhores depósitos a prazo a 12 meses em moeda estrangeira
Dólar
- Melhor oferta: PrivatBank
- Taxa anual bruta: 4,8%
- A taxa de juro mais generosa que encontra no mercado nacional para depósitos em dólares é de 4,8%, que corresponde a uma taxa líquida de 3,6%, a 12 meses. Como alternativa, para um período a três anos, o BES oferece uma taxa anual bruta de 3,5%. Face à cotação actual, os especialistas consultados pela Bloomberg estimam uma ligeira desvalorização do euro a 12 meses.
Franco suíço
- Melhor oferta: BES
- Taxa anual bruta: 0,55%
- A política de juros baixos do Banco Nacional da Suíça impede leva os bancos portugueses de pagarem taxas perto de zero. A melhor oferta pertence ao BES, com uma taxa bruta de 0,55%, ou seja, 0,41% líquidos. Segue-se o Banif com uma taxa de juro anual bruta de 0,45%. Tenha em atenção que, para o final do ano os especialistas esperam uma valorização do euro face ao franco suíço.
Libra esterlina
- Melhor oferta: Banif
- Taxa anual bruta: 3,25%
- Para depósitos com o valor correspondente a 10.000 euros, a 12 meses, o Banif apresenta a melhor taxa de juro do mercado para depósitos em libras. A taxa de juro anual bruta de 3,25% corresponde a uma taxa líquida de 2,44%. A segunda melhor alternativa encontra no BES, com uma TANB de 1,85%. Os especialistas não esperam grandes oscilações no câmbio face ao euro.
Dólar australiano
- Melhor oferta: Banif
- Taxa anual bruta: 5,1%
- Os depósitos em dólares australianos apresentam, por norma, as melhores taxas de juro entre os depósitos estrangeiros. O Banif paga 5,1% em termos brutos, ou seja, 3,8% líquidos, enquanto o BES oferece uma taxa de juro bruta de 3,6%. No entanto, tenha em atenção que as estimativas para o final do ano sugerem uma subida do euro, o que implicaria perda de capital.
Coroa norueguesa
- Melhor oferta: BES
- Taxa anual bruta: 3,4%
- Entre os bancos que disponibilizam depósitos em coroas norueguesas, o BES oferece a melhor taxa de juro. Paga 3,4% de juros brutos a 12 meses, o que corresponde a 2,55% líquidos. O Banif tem uma oferta semelhante com uma TANB de 3,25%. Para o final do ano, os especialistas consultados pela Bloomberg estimam uma muito ligeira desvalorização do euro face aos valores actuais.
Coroa sueca
- Melhor oferta: Banif
- Taxa anual bruta: 2,9%
- Já se optar por constituir um depósito em coroas suecas, encontra a melhor taxa no Banif, com juros brutos de 2,9%, ou seja, 2,18% em termos líquidos. Uma taxa semelhante à oferecida no BES, com uma TANB de 2,85%. Apesar das estimativas avançadas pela Bloomberg indicarem uma ligeira subida do euro, os juros deverão permitir que não perca capital nesta aplicação.

in economico.sapo.pt
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