Não desespere e dê a volta por cima! Nós damos algumas dica úteis!
Estava tudo a correr bem, mas de repente alguém lhe dá a
notícia de que não já não é necessária no seu emprego... De facto, um
despedimento pode acontecer a qualquer um de nós e, dependendo de como
cada pessoa reage, esta situação pode tornar-se mais ou menos grave.
Mas, quem acabou de ficar sem trabalho, deve definir um plano a fim de
encontrar um novo emprego.
Muitas são as pessoas que numa determinada altura da vida ficam
desempregadas. E, as razões podem ser várias. Por exemplo,
reestruturação da empresa ou cortes orçamentais. Assim, não adianta
gastar as energias a pensar no que poderia ter feito ou no que deveria
ter dito. De facto, perder tempo com estas questões, não vai alterar o
que aconteceu. Por isso, o importante é gastar energias na procura de um
novo emprego.
Para não se deixar abater, não deve pensar que o seu despedimento
está relacionado com algo pessoal. Acima de tudo, deve valorizar a sua
capacidade profissional.
Deve ver igualmente o lado positivo da situação. Quiça esta é a
grande oportunidade para mudar de vida ou dedicar-se a algo que a
valorize. Por exemplo, tirar um curso especializado na sua área ou se
sempre sonhou em ter o seu próprio negócio, talvez tenha chegado o
momento ideal!
Não adianta "chorar sobre o leite derramado". Deve, sim,
manter-se ocupada para não ficar deprimida nem sentir-se inútil. Tente
ter pensamentos positivos e, sobretudo pensar no seu próximo emprego.
Subsídio de desemprego
Logo que receba a desagradável notícia, informe-se dos seus direitos e faça-os cumprir:
A sua empresa irá entregar-lhe um documento comprovativo do seu
despedimento - o modelo 346 da Imprensa Nacional da Casa da Moeda - que
terá de ser entregue no Centro de Emprego da sua área de residência.
Aqui o técnico que a atenderá poderá ajudá-la a fazer os cálculos para
saber qual o valor do subsídio de desemprego a que tem direito.
Depois, terá que apresentar o requerimento para o subsídio de
desemprego na Instituição de Segurança Social para onde fez os
descontos. Mas, tem de ter em conta que pode perder o subsídio de
desemprego caso venha a recusar um emprego do Centro de Emprego ou se
faltar duas vezes, injustificadamente, a uma convocação do Centro de
Emprego.
Não se esqueça que a empresa tem que pagar a parte dos subsídios
de férias e de Natal a que tem direito, de acordo com os meses que
trabalhou desde Janeiro do ano corrente.
O pior é se estava numa situação de recibos verdes, ou seja, sem
vínculo à empresa (pelo menos teoricamente). Nestes casos, as condições
são muito diferentes. Acontece que a esmagadora maioria dos
trabalhadores independentes (que passam recibos verdes às empresas)
acabam por ter os mesmos deveres que os trabalhadores com vínculo à
empresa. Ou seja, têm um local de trabalho definido e um horário a
cumprir. É dificil, mas se estava nesta situação e foi despedida sem
justificação pode recorrer ao Tribunal do Trabalho. É mais fácil se
tiver testemunhas. Infelizmente o que acontece é que os trabalhadores
que passam recibos verdes acabam por ser despedidos sem qualquer espécie
de direitos...
Porém, se trabalhar apenas em regime de colaborações, isto é, se
não cumpre horário e não tem local de trabalho definido, não há muito
que possa fazer, a não ser procurar um novo emprego.
Pode também dar-se o caso de haver um despedimento por mútuo
acordo: se chegar a acordo com a entidade patronal para rescindir o seu
contrato de trabalho. Deste modo, ficará numa situação mais confortável,
já que terá direito a uma indemnização de acordo com os anos de
trabalho na empresa. E se está integrada nos quadros da empresa terá
direito a receber, no mínimo, três meses de salário.
Geralmente, os despedimentos individuais são os que mais
prejudicam o trabalhador. Se este pensa que está a sofrer uma injustiça,
pode recorrer ao tribunal. Obviamente, deve aconselhar-se com um
advogado. Inicialmente, será instaurado um inquérito disciplinar em que a
empresa explicará as razões do seu despedimento. Posteriormente e
mediante um prazo estabelecido por lei, o trabalhador terá que responder
por escrito às acusações. Se o caso seguir para tribunal e for provado
um despedimento sem justa causa, a empresa terá que a re-admitir e
pagar-lhe todos os salários que não recebeu durante o processo. Mas, se
se provar que o trabalhador é culpado, isto é, que foi despedido por
justa causa, não receberá nada. Por isso, reflicta sobre o assunto antes
de tomar qualquer decisão, já que estes processos são difíceis,
sobretudo para os trabalhadores.
Quando uma empresa opta pelos despedimentos colectivos,
normalmente opta por um acordo que agrade tanto aos trabalhadores como à
empresa. Se um certo número de trabalhadores tem uma idade próxima à
reforma, pode ser negociada uma reforma antecipada ou pré-reforma.
Quando há despedimentos colectivos, os trabalhadores são previamente
informados - cerca de um mês antes da saída.
O que fazer enquanto não arranja um novo emprego
Deve aproveitar da melhor forma todo o tempo que tem disponível.
Pode tirar cursos especializados que a valorizem, refazer o currículo ou
fazer um balanço profissional. O importante é não ficar "de braços
cruzados" e mexer-se!
- Actualize o seu currículo e destaque as caracteristicas que a valorizam.
- Dê importância aos seus contactos pessoais. Pode enviar
alguns e-mails a amigos, conhecidos ou ex-colegas de trabalho a fim de
"apalpar terreno". Eventualmente, um dos seus contactos poderá ajudá-la.
Nestes momentos, todos os contactos serão úteis.
- Aproveite para fazer um balanço do seu percurso
profissional. Para muitas pessoas, um despedimento pode acabar por ser
uma oportunidade para mudar de vida, sobretudo para quem se queixava que
andava desmotivada ou que o seu emprego não correspondia às suas
expectativas.
- Aposte fortemente na valorização pessoal. O importante é
não ficar desactualizada: adquirir constantemente novos conhecimentos
só a ajudará. Além do mais, existe um sem número de maneiras para ocupar
os tempos livres! Uma vez que está a receber subsídio de desemprego por
que não aproveita e faz um curso especializado em línguas estrangeiras,
em informática ou uma pós-graduação. Também poderá integrar numa
associação e fazer um trabalho de voluntariado, dedicar mais tempo à
família e amigos, praticar desporto...
- Mais do que em qualquer altura, agora terá de controlar
muito bem as suas despesas. Pode fazer uma lista das despesas fixas e
depois seleccionar as que podem ser reduzidas ou cortadas. Por exemplo,
se umas das coisas que lhe dá prazer é fazer aeróbica, tente manter essa
actividade. Mas, se gasta uma quantia considerável em revistas que
acaba por não ler, talvez seja melhor acabar com essa despesa. Se
começar a ficar aflita e se o subsídio de desemprego acabar sem que
tenha encontrado um novo emprego, deverá inscrever-se numa agência de
trabalho temporário. Não é bem a actividade que procura, mas pelo menos
garante as despesas fixas mensais e ajuda-a a manter um nível de vida
razoável até encontrar um emprego da sua área. Atenção: enquanto não
arranja emprego, não use o cartão de crédito.
in mulher.sapo.pt