MENSAGENS RECENTES DO BLOG

22 de junho de 2016

Quer estudar no estrangeiro? Saiba como fazê-lo

Se está a pensar em estudar no estrangeiro conheça os programas, além do Erasmus, que podem ajudá-lo a atingir o seu objetivo.




Guilherme Martins, de 18 anos, sempre foi um aluno bem acima da média e sempre quis ser médico, como o pai. Mas talvez as pautas não venham a exibir a média suficiente: no ano letivo 2015/2016 a média foi de 18 valores. Para os candidatos a futuros médicos, aos quais falta média mas não carteira, existe sempre a possibilidade de ir para fora.
O irmão da namorada de Guilherme está em Praga, na Charles University, precisamente nesse curso e também ele conta rumar à capital da República Checa, caso venha a confirmar-se a não entrada numa das faculdades de medicina portuguesas. Para isso há um exame de admissão no próximo verão. Além deste exame terá de custear as propinas (9.200 euros por ano letivo na faculdade de Pilsen). Dominar o inglês (língua em que são lecionadas as aulas) também é condição ‘sine qua non’, já que a faculdade de Pilsen tem uma licenciatura em medicina direcionada para alunos estrangeiros. E este não é um caso único. Além da República Checa, Espanha, Roménia ou Hungria são outras opções cada vez mais procuradas por estudantes lusos que querem seguir medicina.

Enriquecer o CV e, já agora, a vida

Tirar uma licenciatura é apenas uma das razões que leva os alunos portugueses a ir estudar no estrangeiro. Há várias opções possíveis: há quem durante a licenciatura em Portugal vá estudar uns meses para outra faculdade através do famoso programa de intercâmbio Erasmus. Há também quem saia do país para fazer um estágio profissional, tirar um MBA, um doutoramento (o famoso phd), um mestrado ou, simplesmente, aprofundar o conhecimento da língua falada nesse país através de um curso no local.
Estudar noutro país é visto não só como um meio de fazer um ‘upgrade’ no currículo mas também como uma nova experiência de vida: aprende-se uma nova língua e contornam-se dificuldades.

Custos e bolsas nas universidades ‘premium’

Nem todos poderão enfrentar propinas elevadas que muitas universidades europeias e norte-americanas cobram. Só a título de exemplo: o MIT, em Boston, prestigiado nos cursos de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arquitetura, cobra propinas a rondar os 37.097 euros e os 38.859 euros por ano. Já a universidade de Cambridge, em Londres, reputada pelos cursos de Engenharia, Medicina, Direito, Ciências Naturais, Artes e Humanidades, Ciencias Sociais cobra anualmente entre 22.880 e 24.640 euros.
A boa notícia é que qualquer uma destas universidades de topo oferece algumas bolsas, cujas informações estão disponíveis nos seus sites. Por exemplo, em Cambridge encontrámos para a área de Engenharia cinco bolsas de estudo para estudantes portugueses. Pode consultar a informação associada a estas bolsas aqui.

O famoso programa Erasmus

Erasmus é, sem dúvida, o mais popular programa de intercâmbio de estudantes na Europa e passa por atribuir a cada estudante uma bolsa para períodos entre três meses a um ano.
Na escolha do país para fazer Erasmus deve pesar o critério da qualidade, ou seja, a universidade que oferece melhores referências na área específica em que vai estudar.
Mas na prática dependerá muito dos protocolos que a universidade que o aluno frequenta em Portugal estabeleceu, das vagas disponíveis no ano letivo em causa, das classificações do aluno e, naturalmente, do orçamento familiar disponível (já que a bolsa dificilmente será suficiente para cobrir todas as despesas).
Os destinos podem variar de Paris, Lyon, Newcastle, Madrid, Barcelona, Bolonha, Berlim, Londres Viena ou Copenhaga, entre outros. Como os sistemas de ensino são diferentes em todos os países vale a pena espreitar o portal da Comissão Europeia onde se encontra informação sobre a oferta de cursos nas instituições europeias de ensino superior, os procedimentos de admissão, as despesas envolvidas, a disponibilidade de bolsas de estudo, os serviços prestados e o ambiente do ensino superior na Europa.

Estágios e emprego jovem

Além do Erasmus há outros programas de estudo e formação no estrangeiro que atribuem bolsas, como o Comenius, para alunos e professores da educação pré-escolar até ao ensino secundário. Há ainda o programa Leonardo da Vinci, que atribui bolsas para estágios profissionais no estrangeiro e o Grundtvig, que tem por objetivo melhorar a qualidade e reforçar a dimensão europeia da educação de adultos.
Eurodisseia é nome de outro programa de intercâmbio, promovido pela Assembleia das Regiões da Europa (ARE), que oferece estágios, de três a sete meses, no estrangeiro a jovens que estejam à procura de emprego (desde que tenham entre 18 e 30 anos). O objetivo é proporcionar-lhes alguma experiência profissional e simultaneamente dar-lhes a oportunidade de aprenderem uma língua estrangeira ou melhorarem o seu conhecimento dela.

Aprofundar a formação profissional

Há quem vá para o estrangeiro para aprofundar os seus conhecimentos nas áreas específicas em que já têm formação. Nestes casos, frequentemente, as pessoas já estão inseridas no mundo do trabalho, pelo que fazer esta especialização e atualização de conhecimentos é mais difícil fora do país onde se trabalha.
Em média, as pós-graduações podem custar entre 3.000 e 7.000 euros, os mestrados um pouco mais e os MBA podem ir dos 10 mil a mais de 30 mil euros.
Em Portugal, a oferta é vasta mas para quem dispõe de tempo e meios financeiros, há instituições incontornáveis lá fora que podem trazer vantagens e “dividendos por toda uma vida”, como pode ler-se no site do Insead que, tal como a London Business School, (ambos na Europa) ou o MIT e a Kellog’s (estes nos EUA), têm os MBA mais reputados do mundo. Também nestes casos existem bolsas disponíveis. Por exemplo, no Insead são atribuídas por necessidades financeiras demonstradas, por mérito ou por ‘background’ profissional e carreira exemplares. Só que o número de bolsas é reduzido e a competição é fortíssima – reconhece a própria instituição – onde frequentar uma classe custará, em 2017, cerca de 70 mil euros.

Quais os critérios para escolher o país e a escola para estudar no estrangeiro?


1. Não é para fazer turismo que se vai estudar para fora. Tendo em conta o objetivo específico (frequentar o ensino superior, o liceu, melhorar as qualificações profissionais ou aprender a língua) o principal critério é adequar a escolha à área de estudo (ou profissional) priorizando a qualidade do estabelecimento de ensino e a sua reputação.
2. Não basta querer ir.  Tem de perceber se os preenche os requisitos e se existe possibilidade de enfrentar os custos. Ex: Qual o preço das propinas, quais são as tarifas do alojamento (se há ou não campus universitário). Contabilize ainda os preços de alimentação e dos transportes.
3. Concorrer a uma bolsa de estudo, do programa Erasmus, por exemplo, deve ser das primeiras coisas a fazer para emagrecer orçamento de que os pais terão de dispor.
4. Deve ainda certificar-se de que está garantido o reconhecimento em Portugal das qualificações obtidas no estrangeiro para evitar dissabores no regresso.
 in saldopositivo.cgd.pt



Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...