Investir num depósito de médio prazo afasta as suas poupanças do turbilhão dos mercados. Descubra as aplicações mais generosas.
Em situações normais, os depósitos a prazo
têm uma função muito simples: conferir liquidez ao património. Servem
de fundo de maneio, isto é, quando é preciso sacrificar as poupanças,
são os primeiros a responder. Embora haja exceções, os depósitos a prazo
podem ser resgatados a qualquer momento, normalmente com penalização
nos juros se for antes do vencimento. Para evitar as penalizações, a tradição recomendava a contratação de depósitos de curto prazo, até 1 ano.
Contudo,
não vivemos uma situação normal: a crise está instalada e, nos próximos
tempos, não será derrubada. Porém, muitas famílias continuam a injetar
dinheiro nos depósitos a prazo. O seu fundo de maneio, baseado em
depósitos, é também o seu fundo de emergência. Há, no entanto, uma
“diversificação”: em vez de contratarem depósitos de curta duração, como
mandava a tradição, aplicam o dinheiro em depósitos de prazo superior a
1 ano. Será que são uma boa opção?
Só alguns depósitos de médio prazo
Os depósitos a prazo a dois ou três anos podem ser uma boa solução. A Proteste Investe estima que as taxas de juro continuarão a descer no próximo biénio, por isso fixar agora um rendimento para vigorar nesse prazo pode ser um bom negócio. A decisão só depende de duas coisas: uma taxa de juro generosa que bata a inflação e uma liberdade para movimentar o dinheiro, caso seja preciso.Cinco depósitos a 2 anos que permitem a mobilização antecipada com penalização nos juros e que rendem taxas anuais líquidas superiores a 2,6%, que é a taxa de inflação estimada para 2012 pelo Banco de Portugal:
- E-Depósito a Prazo, do PrivatBank (TAEL de 4,1%)
- Depósito a Prazo a 2 anos, do PrivatBank (3,9%)
- E-Depósito Plus, do PrivatBank (3,7%)
- Depósito Plus, do PrivatBank (3,6%)
- Poupança Objectivo, do ActivoBank (3,0%)
Esse depósito do PrivatBank é também o mais generoso a três anos. Nesse prazo encontra outros cinco depósitos que permitem a mobilização antecipada e que rendem mais do que a inflação estimada:
- Depósito a Prazo a 3 anos, do PrivatBank (TAEL de 4,0%)
- E-Depósito Plus, do PrivatBank (3,7%)
- Depósito Plus, do PrivatBank (3,6%)
- Poupança Objectivo, do ActivoBank (3,0%)
- DP Performance, do BPN/BIC (3,0%)
Longos menos generosos
É possível contratar depósitos a prazo de taxa fixa com duração até uma década: o Banif, por exemplo, paga uma taxa líquida até 3,5% por ano. A maioria das propostas dos bancos oferece juros anuais líquidos superiores a 2,6%, a inflação estimada para 2012. Isso quer dizer que, se a inflação se mantiver nesse nível durante a vigência do depósito, o poder de compra da poupança aumentará na maioria dos depósitos de longo prazo. Porém, a partir de 4 anos, os depósitos não são a solução certa: há melhores aplicações para o seu dinheiro.Para quem apenas quer capital garantido, as OT são a escolha certa (ver Quanto posso ganhar?). É preciso garantir que não precisará do dinheiro até à maturidade dos títulos (só assim consegue fixar o rendimento anual) e que investe pelo menos 2500 euros. Só a partir desse montante é que é possível diluir os custos inerentes à negociação na bolsa, onde os títulos têm obrigatoriamente de ser adquiridos. Estes custos incluem as comissões de compra e de venda, de pagamento de juros e de guarda de títulos.
Para a maioria, melhor do que as OT é incluir a sua poupança numa carteira de longo prazo, seguindo, por exemplo, uma das nossas carteiras-modelo. Além dos depósitos a dois e a três anos, continuam a fazer sentido as aplicações até 1 ano. Veja quais são os melhores depósitos a prazo.
Poucas preocupações
Ainda que seja um evento remoto, a falência do banco no qual tem as suas poupanças é um risco a ter em conta. Para evitar repercussões prejudiciais nos aforradores e na economia, existem mecanismos que pretendem salvaguardar o sistema financeiro.Para as instituições nacionais, é o Fundo de Garantia de Depósitos, que abrange todos os depósitos criados em Portugal ou noutro Estado comunitário, quem protege os depositantes. Este organismo garante o reembolso até ao valor máximo de 100 mil euros por investidor no caso de indisponibilidade das poupanças. Há ainda um sistema paralelo e semelhante para algumas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo: o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo.
Se tiver um montante superior a 200 mil euros para aplicar em depósitos, tem 2 hipóteses para reduzir o risco sobre o seu património: reparte-o por 2 bancos ou então aumenta os titulares da conta e mantém todo o capital em apenas uma instituição.
Algumas das melhores propostas de taxas de juro de longo prazo são de certificados de depósito. É caso das soluções do Banif e do Banco Finantia. Estes certificados, que representam depósitos, têm a vantagem de poderem ser negociados no mercado e transmissíveis por endosso. Além disso, tal como os depósitos, estão ao abrigo do Fundo de Garantia de Depósitos. A principal desvantagem é que não podem ser mobilizados antecipadamente.
Taxas cada vez menos crescentes
Além dos depósitos de taxa fixa, cerca de metade dos bancos propõe depósitos de médio e de longo prazo que pagam juros crescente. Em geral, além de começarem por pagar taxas anuais efetivas líquidas (TAEL) muito reduzidas no primeiro ano (começam nos 0,6%), o rendimento anual na duração da aplicação tende a ser inferior ao das propostas de taxa fixa.
O Depósito Crescente Mais da Caixa Geral de Depósitos apresenta uma TAEL de 2,4% para os aforradores que o mantenham durante 3 anos. Porém, a melhor proposta de taxa fixa desse banco para o mesmo prazo, o Depósito Mais – 3 Anos, rende 2,6 por cento. Quando se compara o melhor depósito de taxa fixa com o melhor depósito de taxa crescente, é ainda mais evidente que as soluções crescentes não valem a pena.
Antes de contratar um depósito a prazo deve tentar negociar um aumento de taxa. Porém, isso é cada vez mais difícil, como verificámos no teste prático.
Fonte: Proteste Investe
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