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28 de outubro de 2012

Deixou de ser possível subscrever Certificados do Tesouro

 

«Face ao reduzido sucesso do produto, o Governo decidiu suspender, com efeitos imediatos, a emissão de Certificados do Tesouro».

Foi desta forma, em comunicado de imprensa, que o Governo anunciou o fim do reinado dos Certificados do Tesouro no passado dia 30 de agosto.
Criados em julho de 2010 e destinado à poupança de longo prazo dos particulares (até 10 anos), tornaram-se populares e uma das melhores soluções de poupança com capital garantido para o médio e longo prazo (cinco a dez anos), batendo o rendimento dos depósitos e seguros de capitalização. Por isso, é um pouco estranha a expressão «reduzido sucesso do produto» na justificação destas alterações.
A redução da procura em 2012 terá mais a ver com o risco de crédito do Estado (ver gráfico): uns aforradores afastam-se da dívida do estado e outros preferem as Obrigações do Tesouro, que proporcionam um rendimento superior. Quem subscreveu, deverá manter entre cinco a dez anos, para conseguir um bom rendimento.

Aplicações e resgates de Certificados do Tesouro
(em milhões de euros)
Em dois anos foram aplicados 1,85 mil milhões de euros em Certificados do Tesouro. A crise da dívida pública e o risco de crédito do Estado veio refrear a procura destes títulos em 2012.

Estado de desconfiança

Sem os Certificados do Tesouro, os aforradores deixam de ter disponível um produto de médio e longo prazo, capital garantido, baixo risco, elevada liquidez e um rendimento atrativo. Cada vez mais, os aforradores que pretendam aplicações com menos risco e capital garantido são deixados à mercê da oferta de bancos e seguradoras, mas as possibilidades de investimento são cada vez menores e com rendimentos mais baixos. Existem ainda as Obrigações do Tesouro, mas só recomendamos para montantes acima de 2500 euros.
Por outro lado, esta situação vem reforçar uma exigência nossa (ver análise): os produtos de aforro do Estado deveriam ser regulados por uma entidade autónoma, que acompanhe os mercados, controle a informação prestada e vigie o comportamento das entidades que os comercializam. Até agora tem sido o Governo quem dita as regras e tem o poder para manter ou alterar a remuneração de forma arbitrária, distorcendo as regras da concorrência.
Se «o Governo tem vindo a constatar o desinteresse gradual dos aforradores relativamente aos instrumentos de poupança de retalho emitidos pelo Estado», como refere no comunicado, não será também devido a estas constantes alterações nas regras dos produtos, deixando o aforrador desorientado e cético em relação ao Estado?


Fonte: Proteste Investe

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