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17 de novembro de 2011

Erros que as famílias cometem nas finanças pessoais


Director da Maxfinance alerta para os erros que as famílias comentem na altura de contratar um crédito ou investir nas poupanças.
É o primeiro a assumir que as consultoras financeiras não gozam de uma boa imagem junto da opinião pública."Como em todas as áreas, há pessoas menos lícitas que se aproveitam das situações mais extremas para receberem dinheiro antecipadamente", diz. Por isso mesmo João Martins defende um sector mais organizado e, principalmente, regulado.
Um dos principais serviços da Maxfinance é o ‘check-up' financeiro. Como se processa?
A qualificação financeira do cliente passa por saber qual é o seu agregado familiar, qual é o seu rendimento, se tem um emprego mais ou menos precário, o que tem de activo e de passivo. Porque falamos muito do crédito mas, por vezes, nas poupanças também existem grandes dificuldades. Porque as pessoas não sabem que produtos têm e quando têm necessidade de ir levantar o dinheiro para resolver algum imprevisto deparam-se com situações do género "o seu dinheiro só pode ser movimentado daqui a três ou quatro anos". Depois vamos olhar para a folha dos gastos. Tem TV cabo? Tenho. E além de TV Cabo e ainda tem uma série de canais pagos. Quantos jogos é que viu nos últimos dois meses? Não vi nenhum. Então porque é que está a pagar esses canais? Tem o ginásio. Então quantas vezes é que foi ao ginásio? Fui uma vez. Então porque é que tem ginásio? E só aqui já levamos 100 euros no mínimo. Qual é o seu clube de futebol? O Benfica. Tem lugar cativo? Tenho sim senhor. Quantas vezes foi ao estádio? O ano passado fui duas, este ano não fui nenhuma. Então porque é que tem o cativo? E é tudo isso que temos de ir analisando. É muito importante que as pessoas pensem, que tenham bom senso, é só isso.
Esse serviço é caro?
Não. Não cobramos nada antecipadamente, só cobramos se houver benefício para o cliente, se houver contratação da operação. Obviamente que se tivermos de fazer um estudo mais elaborado, aí pedimos uma caução, ou se for uma empresa obviamente tem um custo. Mas só começa a custar quando entramos na parte final de contratação. É um serviço que habitualmente nas outras profissões se paga, chama-se uma consulta, aqui a consulta financeira não custa nada.
Quais é a principal área de negócio da Maxfinance?
A maioria do nosso serviço apoia a abertura do crédito à habitação, porque estamos ligados à ReMax. Fazemos a qualificação financeira destes clientes para que não se endividem mais do que devem.
E procuram também os melhores ‘spreads' para o cliente?
Sim. Ainda hoje conseguimos ‘spreads' bastante baixos em resultado da nossa capacidade de negociação. Ainda conseguimos muitos ‘spreads' a 1,6%, 1,7%. De tal forma que quintuplicamos o negócio. Isto insere-se na lógica do ‘shopping around', que significa encontrar em cada momento a melhor solução do mercado. Porque se as pessoas vão directamente ao seu banco estão condicionadas à oferta que o banco tem naquela momento. E 46% da população vai directamente ao seu banco.

Nos últimos meses tem notado aumento da procura por que género de serviços?
Basicamente pelo ‘check up' financeiro, as pessoas estão mais preocupadas. A principal preocupação é a de se precaverem para algum imprevisto. Tem aumentado significativamente o número de famílias que não conseguem fazer face a um imprevisto de 1.000 euros por mês. Se bater com o carro e tiver que pagar 1.000 euros, mais de 18% das famílias não tem capacidade. Nas últimas décadas criámos facilidades, melhorámos o nosso nível de vida, e sempre que surgia uma necessidade havia sempre algo que nos vinha salvar. Através do crédito pessoal ou de um subsídio qualquer. Nós começamos a receber subsídios hoje em dia antes de nascer e depois de morrermos ainda recebemos subsídios. Criámos uma sociedade subsídio-dependente. Quando alguém, há uma ou duas gerações, queria comprar um carro, ou uma casa, ou colocar um filho a estudar, começava antecipadamente a poupar. Criou-se demasiado facilitismo, demasiada área de conforto, e hoje temos de vencer este paradigma. De que o Estado não pode ser o "paizinho" para tudo. E especialmente para pessoas que têm capacidade para trabalhar e que deviam produzir e que não estão a produzir. A crise também é boa para isto. A crise tira-nos da área de conforto. A crise vai obrigar-nos a pensar.
Cinco principais erros que as famílias cometem nas finanças pessoais
1. Falta de liquidez nas poupanças
O responsável da Maxfinance, salienta que do lado do aforro existem erros de que deveriam ser evitados. O principal, diz, passa pela aplicação de poupanças por prazos longos sem possibilidade de resgate antecipado, sem ter a consciência da falta de liquidez do produto. Destaca ainda os casos BPN e BPP, envolvendo clientes que pensavam estar a subscrever produtos com capital garantido, que afinal não o eram.
2. Quem pode ter crédito para a casa?
"Podem comprar uma casa hoje as pessoas que sensatamente sempre deviam ter comprado uma casa", diz João Martins. Ou seja, quem tem capitais próprios para dar de entrada, e quem tem rendimentos que lhe permitam suportar os encargos de um crédito à habitação, o que inclui rácios LTV de 80%, e não devem comprar casas pessoas cuja prestação ultrapasse os 30% de taxa de esforço. "Estamos mais sensatos hoje. Não devia era ter havido o facilitismo que houve".
3. Escolher as melhores soluções
"A nossa banca é muito dinâmica. O cliente tem é que sair da área de conforto e ir à procura da melhor solução", diz o responsável da Maxfinance. Portanto, quer num crédito, quer numa solução de aforro, "o cliente deve ouvir vários especialistas e recolher várias opiniões. Isso inclui vários bancos e consultoria financeira, porque o banco a cada momento tem determinado produto para lhe vender".
4. O valor da prestação não é tudo
"Os maiores riscos acontecem em contratos que assinamos e não fazemos a mínima ideia de quais são as taxas aplicáveis ou as comissões cobradas", alerta João Martins. E dá o exemplo do crédito ao consumo, para aquisição de electrodomésticos, computadores ou até mesmo automóvel, vendidos apenas com base no valor da prestação. "As pessoas limitam-se a ver se conseguem aguentar aquela prestação mensal. Nem sabem qual é o valor total do crédito".
5. Consolidar créditos é sempre boa opção?
Poderá ser uma opção se, quando fez o seu crédito à habitação, entrou com parte do capital e se este não acomodou a aquisição de outros bens como o recheio da casa, carro ou as comissões e seguros. Nesse caso, o valor actual da casa face ao capital em dívida deverá conseguir acomodar outros créditos. Mas atenção que, mexer hoje no crédito à habitação poderá levar a uma subida do ‘spread'.

in economico.pt

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